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Jornal N Semanário: "Associação Empresarial do Minho considera invasão russa à Ucrânia "ilegal, imoral e humanamente inqualificável"

Numa tentativa de dissuadir e como forma de sancionar a Rússia, a AEMinho apela à cessação das relações comerciais com a Rússia e cria programas de apoio aos cidadãos ucranianos. 

A Associação Empresarial do Minho, na sequência da invasão russa aos territórios "da soberana nação" da Ucrânia, assistindo com enorme preocupação a todos os acontecimentos dos últimos dias, a Associação manifesta que, a invasão é ilegal, imoral, humanamente inqualificável, com recurso à força "é frontal e fortemente repudiada por esta associação, pelos seus dirigentes e pelos seus membros".

Adianta a mesma Associação que "este é o tempo de todos assumirmos o que queremos para a humanidade, que caminhos queremos seguir e que valores queremos preservar. Não há lugar no século XXI para quem não respeita a integridade das fronteiras, para quem não preserva e se bate pelos valores da paz e da defesa de valores elementares como o direito à vida. Não há lugar na comunidade internacional, como não deve haver lugar em Portugal. Não podemos tolerar e apoiar quem não repudia de forma concreta este tipo de ações."

A comunidade empresarial tem um papel estrutural na vida das sociedades civis e políticas e, é por isso mesmo, este "é o tempo de também usarmos, a nossa força para, na medida do pouco que podemos fazer, fazermos o tudo que está ao nosso alcance". Uma ação unida, concertada e assertiva de vários poderá fazer a diferença do sucesso da ação do todo.

Nesse sentido, apelam de forma clara a todos os nossos associados e à comunidade empresarial em geral que tenha relações comerciais ou com agentes económicos russo, que cesse de forma imediata essas relações de forma a exercer pressão sobre o governo de Moscovo para que pare imediatamente "este ataque vil e infundado".

É imperativo isolarmos economicamente a sociedade empresarial russa para que isso seja um catalisador de desenvolvimento de ações "que nos levem à paz. Iremos implementar, com efeitos imediatos, duas ações concretas que consideramos ser o contributo possível para ajudarmos a Ucrânia e os seus cidadãos".

Vão lançar uma plataforma de oferta de oportunidades de emprego em associados da AEMinho, mas que está acessível à comunidade empresarial em geral. Nesta plataforma, os empresários poderão colocar de forma simples e rápida as suas ofertas de emprego a remetermos para as entidades diplomáticas ucranianas para a receção, emprego, fixação e integração de refugiados que queiram vir para o nosso país e "para a nossa região trabalhar e fixar as suas famílias."

Também vão desenvolver este programa em articulação total com as entidades diplomáticas ucranianas, com as empresas da região e com as entidades públicas locais de forma a garantirem um processo célere, estruturando e eficiente-
Irão lançar uma campanha de angariação de fundos para apoio à Ucrânia, em parceria com a Cruz Vermelha Portuguesa, de forma a angariar os recursos em maior quantidade possível e através "do nosso parceiro os fazer chegar rapidamente à Ucrânia para fazer face a todas as necessidades que possam surgir".

Por fim, "queremos deixar claro que esta não é uma ação contra os cidadãos russos ou a sua sociedade civil, mas sim contra a minoria que governa aquele país e que está a tentar destruir a ordem mundial que alcançamos. Este também é o tempo dos russos, enquanto cidadãos e civilização, se reorganizarem internamente, escolherem o caminho da paz e da cooperação, da unidade na diversidade e do respeito pelos valores que tantas vidas custaram à humanidade. A sociedade russa pode derrubar este poder desprovido de humanismo, de verdade e de valores. 
Está nas suas mãos enquanto sociedade trilhar esse caminho, sendo certo que o mundo civilizado e pacífico estará do lado desta sociedade para que possam dar à Rússia o caminho da esperança. 

03/03/2022